Existem duas dores de amor:
A primeira é quando a relação termina e a gente, seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro, com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva, já que ainda estamos tão embrulhados na dor que não conseguimos ver luz no fim do túnel.
A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.
A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços, a dor de virar desimportante para o ser amado. Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida: a dor de abandonar o amor que sentíamos.
A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também...
Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou. Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém. É que, sem se darem conta, não querem se desprender. Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir, lembrança de uma época bonita que foi vivida... Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual a gente se apega. Faz parte de nós. Queremos, lógicamente, voltar a ser alegres e disponíveis, mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo, que de certa maneira entranhou-se na gente, e que só com muito esforço é possível alforriar.
É uma dor mais amena, quase imperceptível. Talvez, por isso, costuma durar mais do que a "dor-de-cotovelo" propriamente dita. É uma dor que nos confunde. Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos, que nos colocava dentro das estatísticas: "Eu amo, logo existo".
Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo. É o arremate de uma história que terminou, externamente, sem nossa concordância, mas que precisa também sair de dentro da gente...
E só então a gente poderá amar, de novo.
Martha Medeiros
14 comentários:
Oi Valéria,
Estou voltando a participar (só um pouquinho!) e o primeiro post que vou comentar, depois de um mês,é o seu.
Percebo que vc também fez umas mudanças. Está enviando também texto, não apenas poesia.
Sabe, eu já fiz altos "Dramas" (com D maiúsculo) por causa de amores e amores... mas enfim descobri que sou mais feliz sozinha...kkkk
Por isso há tempos que não sei o que é chorar por alguém (graças a deus!)
É bom enquanto dá certo, mas com algumas pessoas (eu, por exemplo) nunca dá. Então é melhor parar de dar soco em ponta de faca e ver o que é que dá certo e fazer exatamente isto...
bjs
Que Post Fascinante!
AMIGA VARÉRIA, é uma mensagem belíssima dando adeus a um amor que partiu. Faz-se necessário acreditar no amor para ir em frente!
Parabéns pela linda e profunda mensagem!
Abraços fraternos,
LISON.
entendo perfeitamente..."A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre, sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também..."
Falar é fácil, dificil é esvaziar o peito e abafar a saudade.
bjao
Oi,
Valéria,
amiga não conhecia esse texto é demais!É o curso normal que segue uma separação a dor de não ter mais os beijos e afagos, a dor da lembrança dos momentos bons e por fim a dor de cotovelo que é o último estágio dessa dor de separar-se e por fim olhar e enxergar-se só e dizer:agora sim tô livre para me entregar para amar de novo pois, separar-se doí, mas amar é muito, muito gostoso... Amei o texo..beijão no seu coração e fica com Deus
Mais um lindo texto da Martha e você foimuito feliz na escolha.
Abraços forte
Olá Valéria!
Excelente crônica da Martha. Adorei o texto.
Realmente, desapegar do grupo "Eu amo, logo existo" é a parte mais difícil da superação de um amor vivido. É a ancia do homem em se apegar ao passado em vez de viver o presente e dar oportunidade ao futuro.
Gostei do texto. Paranéns!
Forte abraço, Fernandez.
Pois é minha amiga, são muitas as dores deixadas pelos amores que terminam. Talvez as mais difíceis de desaparecerem sejam aquelas onde depositamos um maior apego material.
Beijinhos
Luísa
Valéria,
Muito lindo e comovente o seu texto, mas eu diria que a maior dor do amor, ou melhor, a pior dor de um amor que partiu, é o amor de uma mãe que perde sua filha, no meu caso, e não há dor maior neste mundo.
Somente quem passou por essa dor, sabe dizer que nenhum amor carnal vale a pena nesta vida, pois nada é maior e melhor do que um amor verdadeiro de uma mãe para sua filha.
Lindo Texto!
Bjs.
Rosana.
Oi Valéria a Marta é ótima escritora e você inspirada em escoher o texto! Amar é algo sublime, que nos leva ao céu e ao inferno se temos que esquecer este amor. A perda é sempre dolorosa, mesmo que tenhamos consciencia que foi melhor assim. Voc~e sabe bem minah opinião a este respeito né migaaa......!
Parabéns pelo post
Beijos no coração
Márcia Canêdo
Grande Valéria, quem sou eu para entender desta arte, o amor é incompreensivel em sua essencia, apesar que todos acreditam conhecer. Entretanto, quando a autora do texto se refere a dor fisica, não acredito existir, a dor é só sentimental, mental, espiritual, sei lá ... menos fisica .... podemos até acreditar em algum reflexo ... mas a dor está na mente ....
Valeria
Gostie muito do seu texto!...Sem amor a vida não tem sentido.
Quem parte,leva saudades,e quem fica saudades tem!
beijnhos
joana
Olá querida amiga Valéria,
Parabéns pela postagem.
O texto que escolheu é belíssimo.
Não passei por uma separação de amor para sentir a real dor, mas imagino que seja muito doloroso, e, necessariamente arrancar do peito a presença do amor/saudade para dar espaço a um novo amor.
Carinhoso e fraterno abraço,
Lilian
Oi,
Valéria,
Feliz Páscoa pra você e o Diogo muita saúde e paz e um beijão especial com sabor de chocolate no coração de vocês. Fiquem com Deus sempre.
Postar um comentário