Sra.
Presidente,
Os gritos da rua se tornam cada dia mais fortes e conferem uma nova consciência cidadã.
O povo munido dos anos de silêncio finalmente solta o grito de insatisfação de tanto tempo acreditando que haveria um salvador, salvador este que não chegou!
Os gritos da rua não são contra o seu governo, mas contra tudo o que os governos vêm aceitando e representando.
São contra o silêncio opressor da impunidade.
Os gritos na rua não são contra a Copa do Mundo e sim contra a má administração, pois os brasileiros ainda amam seus times e irão torcer sempre pelo Brasil em campo.
Os gritos na rua não são palavras vãs, são o eco de pessoas cansadas de ver aqueles que amam sofrendo pelo descaso na saúde, na educação, na falta de qualidade dos serviços públicos em contrapartida ao pagamento de altos impostos.
Os gritos nas ruas são vozes que alertam que é hora de novos tempos. Tempo de políticos serem verdadeiros representantes dos direitos de uma nação, e não apenas representantes de seus próprios interesses.
Os gritos na rua são pelo respeito, pela moralidade, pela honestidade, pela transparência.
Os gritos da rua são de uma juventude cansada, são de uma juventude que vai às urnas!
O Povo quer
respostas, Sra. Presidente.
Mas onde estão as propostas para que possam dar as respostas?
Mas onde estão as propostas para que possam dar as respostas?
Sra. Presidente,
As propostas
estão nas ruas, em forma de insatisfações. O povo não vai formular projetos,
pois vocês são os representantes desta nação e cabe a vocês o trabalho de
traduzir em ações as solicitações dessas milhões de vozes que clamam por mudanças.
A reforma
política não precisa de plebiscito para ser aprovada, ela já foi aprovada nas
vozes que soam nas manifestações; a reforma política necessita em primeiro
lugar da sua atitude.
A mais importante medida desta reforma é tirar da política a imensa massa de políticos envolvidos em crimes. É colocar os condenados na cadeia e mostrar que reforma política não são propostas que envolvem dinheiro, são ações que envolvem moralidade.
Porque não solicita que os fichas sujas saiam do cenário político? Porque ainda se cerca deles?
A Sra., que fez questão de dizer que não aceita nenhum tipo de corrupção, por que não convoca os políticos ficha limpa e representantes da sociedade capazes de apresentar soluções importantes para este país?
Solicite a eles projetos de reforma política. Apresente estes projetos e só depois, Sra. Presidente, convoque um referendo sobre os projetos.
Neste momento, Sra. Presidente, o plebiscito não passa de uma arapuca, um engodo para que no auge das manifestações o povo se sinta fazendo parte de algo. Não podemos dar carta branca para decidirem nossos interesses, fizemos isso até agora e não deu certo, queremos que apresentem propostas para que possamos aceitar ou não, precisamos de um referendo.
A mais importante medida desta reforma é tirar da política a imensa massa de políticos envolvidos em crimes. É colocar os condenados na cadeia e mostrar que reforma política não são propostas que envolvem dinheiro, são ações que envolvem moralidade.
Porque não solicita que os fichas sujas saiam do cenário político? Porque ainda se cerca deles?
A Sra., que fez questão de dizer que não aceita nenhum tipo de corrupção, por que não convoca os políticos ficha limpa e representantes da sociedade capazes de apresentar soluções importantes para este país?
Solicite a eles projetos de reforma política. Apresente estes projetos e só depois, Sra. Presidente, convoque um referendo sobre os projetos.
Neste momento, Sra. Presidente, o plebiscito não passa de uma arapuca, um engodo para que no auge das manifestações o povo se sinta fazendo parte de algo. Não podemos dar carta branca para decidirem nossos interesses, fizemos isso até agora e não deu certo, queremos que apresentem propostas para que possamos aceitar ou não, precisamos de um referendo.
Quando o
povo grita por saúde, não está pedindo médicos, está pedindo estrutura para que
os médicos possam atuar. Está pedindo dignidade para essa classe que salva
vidas. Está pedindo respeito pela vida.
De que adianta importar médicos, se não há hospitais estruturados para recebê-los? Teremos tão somente mais e mais exames que vão demorar a serem feitos, mais e mais pessoas sem atendimento, e muitos médicos parados esperando.
Nosso país é rico em mão de obra em qualquer área, Sra. Presidente, o que falta é administrar eficazmente e com competência essa mão de obra, dando condições de vida e estrutura para atuação.
Por que não reunir os políticos limpos que são ligados à área médica e solicitar a eles que convoquem médicos de cada região e juntos discutam projetos para melhorar a saúde? Apresente este projeto, então, só depois, solicite um referendo.
De que adianta importar médicos, se não há hospitais estruturados para recebê-los? Teremos tão somente mais e mais exames que vão demorar a serem feitos, mais e mais pessoas sem atendimento, e muitos médicos parados esperando.
Nosso país é rico em mão de obra em qualquer área, Sra. Presidente, o que falta é administrar eficazmente e com competência essa mão de obra, dando condições de vida e estrutura para atuação.
Por que não reunir os políticos limpos que são ligados à área médica e solicitar a eles que convoquem médicos de cada região e juntos discutam projetos para melhorar a saúde? Apresente este projeto, então, só depois, solicite um referendo.
Quando o
povo pede por educação, está pedindo por conhecimento e não só por escolas.
Pede por professores preparados, pede uma educação voltada ao desenvolvimento e consciência social. Pede salários justos e qualidade de vida para estas pessoas que são responsáveis pelas crianças e jovens do futuro. Pede por escolas preparadas para os desafios do século XXI. Pede principalmente respeito por estes profissionais que são a base da vida profissional de cada cidadão.
É deles que nasce o elo dos cidadãos de hoje com os cidadãos de amanhã.
Se é verdade que seu discurso resvala no bem do desenvolvimento humano, então permita que suas palavras se transformem em ação. Reúna os políticos ficha limpa e claramente competentes na área da educação, peça que convoquem educadores de cada região para que discutam projetos de melhoria para a educação e cultura. Apresente este projeto, e então, só depois, solicite um referendo.
Quando o povo pede nas ruas por melhores tarifas para o transporte público, sendo ainda solicitada a tarifa zero, está lutando pela transparência, por melhores condições no transporte público.
Mostre ao povo que realmente está comprometida com a transparência, solicite a apresentação das planilhas de conta para formação das tarifas de transporte urbano. Chame os políticos ficha limpa com competência no setor de finanças e transporte, peça que chamem os representantes dos sindicatos para que juntos avaliem e auditem as planilhas, e estudem as reais possibilidades de atender a esta demanda tão aclamada.
Pede por professores preparados, pede uma educação voltada ao desenvolvimento e consciência social. Pede salários justos e qualidade de vida para estas pessoas que são responsáveis pelas crianças e jovens do futuro. Pede por escolas preparadas para os desafios do século XXI. Pede principalmente respeito por estes profissionais que são a base da vida profissional de cada cidadão.
É deles que nasce o elo dos cidadãos de hoje com os cidadãos de amanhã.
Se é verdade que seu discurso resvala no bem do desenvolvimento humano, então permita que suas palavras se transformem em ação. Reúna os políticos ficha limpa e claramente competentes na área da educação, peça que convoquem educadores de cada região para que discutam projetos de melhoria para a educação e cultura. Apresente este projeto, e então, só depois, solicite um referendo.
Quando o povo pede nas ruas por melhores tarifas para o transporte público, sendo ainda solicitada a tarifa zero, está lutando pela transparência, por melhores condições no transporte público.
Mostre ao povo que realmente está comprometida com a transparência, solicite a apresentação das planilhas de conta para formação das tarifas de transporte urbano. Chame os políticos ficha limpa com competência no setor de finanças e transporte, peça que chamem os representantes dos sindicatos para que juntos avaliem e auditem as planilhas, e estudem as reais possibilidades de atender a esta demanda tão aclamada.
Sra.
Presidente,
O que mais
se ouve da boca de nossos representantes é que falta dinheiro para o que o povo
pede.
Será, Sra. Presidente?
Antes de falar aos brados que será necessário tirar dinheiro daqui para colocar ali, não se faz necessário uma reforma administrativa?
Menos ministérios, menos senadores, menos deputados e vereadores, término absoluto de ajuda moradia, ajuda vestimenta, ajuda viagem, ajuda qualquer coisa. Que os salários dos políticos tenham um valor justo e os mesmos benefícios que o dos milhões de brasileiros. Que viagens sejam tratadas como reembolso perante comprovação aberta de despesas. Que políticos tenham metas a serem atingidas. Que as aposentadorias sigam os mesmos padrões da aposentadoria dos milhões de brasileiros.
Que tal solicitar o ressarcimento dos valores roubados dos cofres públicos por políticos que foram condenados? Que tal uma séria política anticorrupção, capaz de investigar, julgar e decidir, sem permitir caducar prazos?
Que tal reunir políticos e profissionais capacitados e comprovadamente honestos para rever nosso Código Penal? Fazer o mesmo com o Tributário, com o Civil e o Trabalhista? E apresentar estas propostas abertamente à população, dando-lhes o direito de concordar ou não?
É muita
coisa a ser feita, não é, Sra. Presidente?
Mas todas
podem ser feitas em tempo reduzido, basta que a Sra. faça valer os discursos a
favor das mudanças e que tenha a coragem de tirar os declaradamente corruptos
que infestam a política nacional.
Basta que convoque as pessoas certas e utilize delas os conhecimentos e competências. Elas existem, mas são ofuscadas pela política corrupta.
Basta que abra as contas públicas e se empenhe em remanejar. Se fizer isso, verá que sobra dinheiro e capacidade para atender à população.
A mudança de um país, Sra. Presidente, não se faz com ações intempestivas, tentando calar o grito que segue pelas ruas. As mudanças ocorrem com planejamento competente, através de pessoas capazes de pensar além de seus próprios umbigos. Convoque essas pessoas, Sra. Presidente.
Se faz tanta questão de um plebiscito, que tal se ele for para o povo aprovar as equipes indicadas? E depois dar ao povo o direito de dizer sim ou não aos projetos através de referendos?
Basta que convoque as pessoas certas e utilize delas os conhecimentos e competências. Elas existem, mas são ofuscadas pela política corrupta.
Basta que abra as contas públicas e se empenhe em remanejar. Se fizer isso, verá que sobra dinheiro e capacidade para atender à população.
A mudança de um país, Sra. Presidente, não se faz com ações intempestivas, tentando calar o grito que segue pelas ruas. As mudanças ocorrem com planejamento competente, através de pessoas capazes de pensar além de seus próprios umbigos. Convoque essas pessoas, Sra. Presidente.
Se faz tanta questão de um plebiscito, que tal se ele for para o povo aprovar as equipes indicadas? E depois dar ao povo o direito de dizer sim ou não aos projetos através de referendos?
Hoje temos a
tecnologia e nosso favor, Sra. Presidente, e a internet pode ser uma aliada
neste processo.
Quanto à
Copa do Mundo, Sra. Presidente, o povo não é e jamais será contra.
O que move esta indignação é tão somente pela clara manipulação do dinheiro público em um evento que não será da minoria.
A indignação é que, um país com o IDH abaixo da 80º posição, com seu povo morrendo por péssimas condições de atendimento na saúde, a marginalidade em crescente evolução, a educação em colapso, um país enfrentando um caos no transporte e com serviços públicos de péssima qualidade, além do descaso político através da clara impunidade, não é um país preparado para um evento como este.
O povo saiu às ruas para dizer que, para sermos símbolo de qualquer coisa que seja, é necessário em primeiro lugar que os representantes eleitos pelo povo governem para fazer do povo deste país um símbolo de que uma nação desenvolvida se faz com consciência e senso de prioridades, e que o povo é a prioridade de uma nação, e que ele, qualquer que seja a política nacional, pode dar um grito de basta e exigir mudanças!
O que move esta indignação é tão somente pela clara manipulação do dinheiro público em um evento que não será da minoria.
A indignação é que, um país com o IDH abaixo da 80º posição, com seu povo morrendo por péssimas condições de atendimento na saúde, a marginalidade em crescente evolução, a educação em colapso, um país enfrentando um caos no transporte e com serviços públicos de péssima qualidade, além do descaso político através da clara impunidade, não é um país preparado para um evento como este.
O povo saiu às ruas para dizer que, para sermos símbolo de qualquer coisa que seja, é necessário em primeiro lugar que os representantes eleitos pelo povo governem para fazer do povo deste país um símbolo de que uma nação desenvolvida se faz com consciência e senso de prioridades, e que o povo é a prioridade de uma nação, e que ele, qualquer que seja a política nacional, pode dar um grito de basta e exigir mudanças!
Valéria
Braz